Pausas durante as aulas para exercitar a criançada são eficazes para melhorar o comportamento e deixá-las mais atentas ao estudo

Quem nunca ouviu das professoras quando era criança: “Fique sentado, por favor?!”. Costumava ser quase um mantra das salas de aula, mas segundo um relatório de 2013 do Instituto de Medicina, esse costume tem que mudar, pois foi concluído que crianças mais ativas demonstram maior atenção, têm velocidade de processamento cognitivo mais rápido e melhor desempenho em testes acadêmicos padronizados do que crianças que são menos ativas.

Por isso, a importância de se fazer nas escolas breves intervalos de atividade, para ajudar as crianças a aprender e a serem mais atentas na própria sala de aula. “Caímos na armadilha de pensar que se as crianças estão em suas mesas, com suas cabeças para baixo, silenciosas e escrevendo, estão aprendendo. Mas o que descobrimos é que o tempo ativo usado para energizar o cérebro torna os momentos de aprendizagem ainda melhores”, afirma o pediatra, homeopata e membro do Departamento de Pediatria Ambulatorial e Cuidados Primários da Sociedade de Pediatria de São Paulo, Dr. Moises Chencinski.

Outro estudo publicado este ano pela Universidade de Lund, na Suécia, mostra também que os alunos, especialmente os rapazes, que faziam educação física diariamente tinham melhores resultados na escola. “A atividade ajuda o cérebro de muitas maneiras: estimula mais vasos sanguíneos para suportar mais células cerebrais. E há evidências de que crianças ativas se saem melhor em testes padronizados e prestam mais atenção na escola”, destaca o pediatra.

Chencinski reforça que as crianças, assim como os adultos, não devem ficar sentadas o dia todo, recebendo informações.

Além disso, nas aulas de educação física, muitas vezes, as crianças se movem por cerca de 15 minutos, durante um período de 50 minutos. Então se acrescentarmos essa atividade na sala de aula, algumas vezes por dia, isso pode render pelo menos 60 minutos a mais de movimento por semana. “Nos últimos 20 anos, as escolas estão cedendo apenas à pressão acadêmica. Não estamos pensando em como a atividade física pode ajudar as crianças a lidarem com o estresse para beneficiá-los na sala de aula”, defende o médico.


Texto: Juliana Klein / Foto: ©shironosov/iStock.com

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