60% das pessoas casadas – ou que moram junto – dedicam apenas uma hora ou menos por dia ao relacionamento
Esse dado foi resultado de uma pesquisa do Instituto do Casal, que tinha como objetivo avaliar o investimento dos casais brasileiros em seus relacionamentos. Mas esse é um problema que pode gerar falta no desejo sexual, além daquela sensação de não ter apoio e o reconhecimento do parceiro. Tudo isso pode levar o relacionamento para um derradeiro sem fim. E, em muitos casos, à separação.
Ou seja, para aquelas pessoas casadas ou que moram junto com o parceiro (a) é preciso dedicar um tempo do seu dia a dia ao relacionamento para ele ser saudável. Já parou para pensar isso?
As psicólogas, terapeutas de casais e fundadoras do Instituto do Casal, Denise Miranda de Figueiredo e Marina Simas dizem que “investir esse tempo” é um termo relativamente novo quando falamos de relacionamento. “Não se refere às finanças, mas sim a nossa disposição e dedicação para fazer a relação dar certo, o que inclui vários requisitos, entre eles o tempo que destinamos à relação” explicam.
Segundo elas, somos ensinados a investir em nossa carreira, em nossa aparência física, em bens, etc. Mas, ninguém nos ensina que para um relacionamento afetivo dar certo é preciso investir nele, seja por meio do tempo dedicado ou de outros recursos, como livros, jogos, terapia, viagens, cursos, entre outras atividades que possam ajudar o casal a melhorar sua satisfação com a vida conjugal.
Como lidar
Claro que o tempo é relativo. Podemos ficar um dia inteiro ao lado do (a) nosso (a) parceiro (a) e não tirar proveito disso. “Entretanto, mesmo que os casais tenham pouco tempo para ficar juntos, é importante que aproveitem ao máximo esses momentos, que devem ser dedicados ao casal, com atividades que ajudem a conectá-los e a aumentar a intimidade”, aconselha Marina.
Apoio e reconhecimento na visão das especialistas são outros quesitos importantes para medir o investimento em uma relação amorosa. Na pesquisa, 35% dos entrevistados afirmaram que se sentem pouco reconhecidos e 25% pouco apoiados, contra 65% e 75% que se sentem sempre ou quase sempre reconhecidos e apoiados, respectivamente. “Todo ser humano precisa de reconhecimento ou deseja ser reconhecido. Dentro de um relacionamento afetivo, isso deve ser um exercício diário para ambos. Precisamos reconhecer desde as coisas cotidianas, como o cuidado com os filhos, a logística das atividades em casa, como as conquistas profissionais, um corte de cabelo novo, etc”, mostra Denise.
Individualidade x Casamento
A pesquisa do Instituto do Casal trouxe ainda uma pergunta para avaliar a individualidade ou o desejo de realizar atividades sem o cônjuge. Quando perguntados se tivessem mais dinheiro, que tipo de atividade gostariam de fazer, 85% dos entrevistados gostariam de viajar com o (a) parceiro (a); 40% de praticar algum hobby com o (a) parceiro (a) e 36% fazer algum esporte com o (a) parceiro (a). A minoria optaria por fazer algo sozinho. Esta última questão reforça a questão da parceria. As pessoas casadas ou em relacionamentos estáveis valorizam ter um (a) parceiro (a), gostam de estar em seus relacionamentos e ainda buscam por isso.
Texto: Juliana Klein / Foto: ©amriphoto/iStock.com
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